De alguns anos para cá, vemos muitos pais tendo dificuldade de impor limites para seus filhos. Por não terem tempo nem disposição para ditar as regras da casa estão criando crianças que não sabem escutar uma resposta negativa, não podem ser contrariados. No mundo infantil o egocentrismo é uma característica natural e necessária ao desenvolvimento. No entanto, quando a criança não aprende a lidar com limites, essa característica pode se transformar em um obstáculo para sua interação saudável com o mundo ao seu redor.
Desde cedo, é crucial que os pequenos compreendam que suas vontades não são a única prioridade. A família desempenha um papel fundamental nesse processo, guiando a criança na compreensão do seu lugar no mundo e na importância de considerar as necessidades dos outros. A falta de limites pode alimentar um narcisismo não saudável, onde a criança cresce acreditando que o universo gira ao seu redor, ignorando as necessidades e perspectivas alheias.
A falta de limites atinge não apenas a convivência com a família, mas também na sociedade e na escola. Uma criança que cresce sem compreender os limites pode se tornar um adolescente e, posteriormente, um adulto com dificuldades de relacionamento. As situações desencadeadas por essa falta de noção podem variar de conflitos interpessoais a consequências graves, como até mesmo perdas de vida, quando essa pessoa tem também algum distúrbio mental associado.
Portanto, investir na educação dos limites desde a infância é investir na formação de pessoas conscientes, que despertam empatia e que são capazes de construir relações saudáveis consigo mesmas e com o mundo ao seu redor.